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Família atende desejo de Billy Graham

A última homenagem ao pastor contou com a participação de mais de 2 mil pessoas dentro de uma tenda, na Carolina do Norte.

O funeral do evangelista Billy Graham foi marcado por louvores e discursos emocionantes nesta sexta-feira (2). A última homenagem ao pastor contou com a participação de mais de 2 mil pessoas dentro de uma tenda, na Carolina do Norte.

A cerimônia foi iniciada ao meio-dia (14h no horário de Brasília) com a entrada do caixão do evangelista, que foi carregado por sua família. O funeral de 90 minutos contou com louvores e o discurso de seus filhos e alguns pastores. “Eu acredito, do ponto de vista do céu, que a morte de meu pai é tão significativa quanto sua vida.

E sua vida foi muito significativa. Mas acho que quando ele morreu foi algo muito estratégico do ponto de vista do céu”, disse a filha do evangelista, Anne Graham Lotz. “Eu acredito que Deus está dizendo: ‘Acorde igreja! Desperte mundo!’” Entre o público estava o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o vice-presidente Mike Pence juntamente com suas esposas. Nenhum dos dois discursaram durante o funeral, mas se encontraram com a família Graham em particular.

O pastor Franklin Graham, que agora é presidente da Associação Evangelística Billy Graham, fez o principal discurso fúnebre focando na mensagem do Evangelho e incentivou as pessoas a se voltarem para Cristo. Sua mensagem foi televisionada para todo o país.

“O Billy Graham que o mundo viu na televisão, o Billy Graham que o mundo viu nos estádios, era o mesmo Billy Graham que vimos em casa. Não havia dois Billy Grahams”, destacou.
O funeral começou a ser planejado há uma década com o próprio Billy Graham, e reflete o desejo de sua família de expressar o sentimento das cruzadas que o tornaram o pregador mais conhecido do mundo.
“Suas impressões digitais estão nesta cerimônia com certeza”, disse à ABC News o porta-voz da família, Mark DeMoss. “A família Graham, há muito tempo, pretendia que seu funeral acabasse sendo sua última cruzada”.
O funeral contou com as músicas de McCrary-Fisher, Michael W. Smith e Gaither Vocal Band. Todos eles foram amigos próximos da família e cantaram para Graham em sua casa nos últimos anos, disse DeMoss.

Outros convidados notáveis ​​incluem o governador da Carolina do Norte, Roy Cooper e seu antecessor, Pat McCrory.


O evangelista foi enterrado ao lado de sua esposa em um jardim de oração na Biblioteca Billy Graham. Seu caixão foi construído por detentos da Penitenciária Estadual de Louisiana. Sua lápide declara: “Pregador do Evangelho do Senhor Jesus Cristo”. Aproximadamente 13 mil pessoas — incluindo os ex-presidentes George W. Bush e Bill Clinton — passaram seu caixão durante uma exibição pública em Charlotte nesta semana. Na quarta-feira (1), Graham se tornou o primeiro líder religioso a receber honra no Capitólio dos EUA, em Washington.

Conheça o Louve, aplicativo de Streaming 100% gospel

Serviço de streaming musical Louve, focado na música gospel para o público evangélico, é a nova aposta da startup Superplayer

A segmentação de mercado é o resultado natural das diferenças entre as pessoas, ensina o americano Don Norman, professor na Universidade da Califórnia e um dos papas do design do Vale do Silício. A lição aplicada na vida real explica a existência do Louve, um serviço de música por streaming que oferece uma seleção de músicas e playlists voltada para o público evangélico. Entre as playlists com temática evangélica estão “Celebrando conquistas”, “Café com louvor” e “Movendo montanhas”. 

Como um nova empreitada da startup de streaming brasileira Superplayer, a meta do Louve é atingir 50.000 usuários no primeiro ano, em um segmento que tem 20% do mercado fonográfico brasileiro e que movimenta mais de 2 bilhões de reais por ano, de acordo com estimativas da Associação de Empresas e Profissionais Evangélicos (ABREPE). Atualmente, o mercado gospel tem muita força no Deezer, um app de músicas de origem francesa, que possui um catálogo vasto de músicas evangélicas. 
Segundo Gustavo Goldschmidt, presidente da Superplayer, a oportunidade de criar um player tão segmentado surgiu de uma demanda da própria comunidade, que queria controle de uso e liberdade musical. “Fizemos pensando em pais que gostariam de fornecer um serviço de streaming aos filhos, mas  sem abrir mão do controle sobre”, afirma Goldschmidt. Até mesmo o preconceito contra evangélicos ajudou na hora da criação da plataforma. “Pensamos também em pessoas que recebiam mensagens de amigos e conhecidos que questionavam seus gostos musicais porque escutavam gospel”.
Focada em um público com menor poder aquisitivo, o custo da assinatura do Louve é de 9,90 reais, abaixo da média do mercado de streaming. Concorrentes como Apple Music, Spotify e Deezer têm assinaturas premium de 16,90 reais no Brasil.
Em inglês a expressão “stream” significa um fluxo constante de um líquido, gás, ou ar, como um rio por exemplo. É por isso que usamos o termo para descrever o “streaming”, o processo de ver e ouvir vídeos e músicas de uma plataforma digital. Nesse sentido, o Louve é só o novo produto do Superplayer. Uma ideia que nasceu no início de 2011, quando o próprio streaming não era a indústria que é hoje, o Superplayer tinha o intuito inicial de apenas sincronizar as músicas que o usuário já tinha em seu computador com uma rede em nuvem, para que ele pudesse escutá-las onde quisesse. Uma solução para um problema que hoje consideramos do passado: esquecer o aparelho de mp3 em casa e ficar sem músicas. 
Quando estava prestes a ser formar em engenharia, Goldschmidt criou a empresa ao lado de seus dois irmãos, Fabio, um advogado, e Cassio, um desenvolvedor de sistemas do Vale do Silício, que queriam ter seu próprio negócio. Desde então, esse mercado mudou radicalmente. Concorrentes gigantescos como Spotify, Apple, Deezer invadiram o mercado, que triplicou de tamanho nos últimos três anos, para um faturamento anual de 10,8 bilhões de dólares em todo o mundo. Atualmente, o maior desses players é o Spotify, que domina o streaming com 70 milhões de assinantes. Estima-se que a Apple Music tenha cerca de 30 milhões de usuários e outros somam mais 70 milhões, segundo a consultoria MIDiA Research. Em 2017, pela primeira vez, o mercado de streaming ultrapassou as vendas de mídia física e de download de música. 
O Superplayer, que, nas palavras do próprio Goldschmidt mudou tanto quanto a indústria. Já na concepção do Superplayer, ele percebeu que seria difícil brigar contra os gigantes que começavam a dominar o esse mercado. Decidiu focar em fazer listas específicas para tarefas e atividades diárias.  “Temos preocupação com o ritmo de uma música para correr ou para arrumar a casa, que são bastante diferentes entre si. Playlists para trabalhar são mais longas, para fazer exercício ou escutar no celular, mais curtas”, diz.
Atualmente, o Superplayer conta uma possibilidade de assinatura que envolve só o uso de playlists e o download de até três playlists offline, pelo valor de 8,90 reais. O plano super premium, que permite o download de músicas e álbuns, além da possibilidade de navegar livremente, — mesmo funcionamento de outras empresas do setor — sai por 16,90 mensais e foi implementado na plataforma em 2016. O Superplayer atualmente conta com 1,5 milhão de usuários cadastrados, dos quais 600.000 são ativos.
A empresa também lutou em outros frontes. Fez parcerias com marcas brasileiras para conteúdo musical e playlists próprias, como a companhia aérea Azul e o remédio Engov. “Nós também atuamos junto ao banco Santander para realizar o SuperBanda, concurso de bandas que contou com a divulgação do banco e  a disponibilização das músicas vencedoras no Superplayer”, afirma Goldschmidt.
Ele também trabalhou junto de artistas como Thiaguinho e Aviões do Forró, além da gravadora Som Livre, para lançar os primeiros bots de música que funcionem vinculados ao aplicativo de conversas Messenger, do Facebook. O programa permite que ouvintes “mandem mensagens” para artistas e gravadores, que respondem automaticamente com sugestões de músicas e playlists disponíveis no Superplayer. O cantor Thiaguinho, por exemplo, pergunta como o ouvinte está se sentindo e indica uma série de suas playlists para “animar com um pagode”.
Embora não há planos para um bot para músicas gospel, Goldschmidt quer seguir inovando. Para o Louve, a ideia é expandir o serviço com outros conteúdos como podcasts sobre temas religiosos, pregações e vídeos. Afinal, para vencer no mercado de streaming é preciso fazer mais do que apenas rezar para dar certo.

 Thiago Lavado : Exame

Evangélicos movimentam um mercado de R$ 21,5 bilhões


Zilda não desgruda do celular. Vez por outra checa mensagens de clientes e fica atenta ao desempenho da Senhorita Z nas redes sociais. Costureira por vocação, virou empreendedora depois de trabalhar por mais de uma década em lojas de confecção no Estado. 


Há pouco mais de um ano, viu a marca de moda feminina evangélica decolar. Hoje tem quase 55 mil seguidores no Instagram e o número não para de crescer. A plataforma é aliada na venda das peças criadas no ateliê improvisado no terraço de sua casa, no bairro de Ponte dos Carvalhos, no Cabo de Santo Agostinho. A Senhorita Z ocupa um espaço até pouco tempo pouco explorado no Brasil: a oferta de produtos e serviços especializados para o público evangélico. 

Pelas contas da Associação de Empresas e Profissionais Evangélicos do Brasil (Abrepe), o mercado fatura R$ 21,5 bilhões por ano e gera 2 milhões de empregos. O avanço dos negócios anda em linha com o crescimento da população evangélica no País. No censo de 2010, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que a maior nação católica do mundo está cada vez mais evangélica (22,2%). Atualmente, a estimativa é que eles já são 55 milhões de pessoas, representando 26,5% dos 207 milhões de brasileiros. 

“A previsão do IBGE é de que em 2040 a população evangélica seja maioria. Os empreendimentos cristãos já são fortes nos mercados literário, fonográfico e de instrumentos musicais, mas estão se expandindo para os setores de moda, turismo, varejo em geral, alimentação e muitos outros”, diz o presidente da Abrepe, Marcelo Rebello. Pernambuco ainda não tem estatística sobre o tamanho do mercado, mas já é possível ver lojas especializadas no público cristão, inclusive em shopping center. O espaço, aliás, é cobiçado pela Senhorita Z na sua extensa lista de planos e sonhos para os próximos anos. 

“Quem tem um Deus grande precisa sonhar grande. Ninguém explica o que Ele faz”, acredita Joseílda da Silva Francisco, 40 anos, que ganhou o apelido de Zilda desde criança. Solteira, evangélica da Assembleia de Deus e morando com os pais, a Senhorita Z por trás da marca é uma mulher de sorriso generoso, energia vibrante e empreendedora por natureza.

Com cinco máquinas industriais em seu ateliê, ela produz praticamente sozinha tudo o que vende. Quando as encomendas crescem demais contrata costureiras diaristas para reforçar a produção média mensal de 300 peças. Os vestidos, saias, blusas e outros itens são vendidos a preços que variam de R$ 120 a R$ 260. Um dos segredos da Senhorita Z (expressão usada por um primo dela certa vez) é a atenção com a clientela. “Sem as clientes, a marca não existe”, diz com sabedoria, sem nunca ter feito curso de empreendedorismo. Hoje a marca conta com 60 estampas exclusivas desenhadas por designer de fora do Estado. 

“Meus principais planos para 2018 são ter uma coleção inteira com estampas exclusivas, criar um site para venda no atacado e alcançar 100 mil seguidores no Instagram (@senhoritazz)”, diz. Para alcançar a meta, capricha nas estratégias de marketing. Faz parceria com blogueiras evangélicas, presenteia cantoras-celebridade (como Fernanda Brum e Mayra Carvalho) com modelos da marca e acabou de criar uma caixinha personalizada para embalar seus produtos. Enquanto conversava com o JC na tarde da última quarta-feira, recebeu mensagem de uma cliente da Argentina interessada em comprar um dos seus modelos de saia. 

“Já me procuraram do México, da Colômbia e de vários Estados brasileiros”, conta. Nos próximos dias, as clientes da empresa vão receber um brinde-mimo de uma bonequinha da Senhorita Z na embalagem de suas compras. Uma aula de empreendedorismo pra ninguém botar defeito.

TRADIÇÃO

Se de um lado a Senhorita Z tem a empolgação de iniciante, marcas tradicionais como a Luciana Noivas e a livraria Luz e Vida não perdem o bonde da expansão evangélica. Especializada em aluguel de roupas para noivas e festas, a Luciana Noivas inaugurou este mês a segunda loja da marca, na Conde da Boa Vista. Com 18 anos de mercado, a empresa conta com mais de 250 modelos disponíveis para aluguel, a preços que variam de R$ 400 a R$ 5 mil. 

“Pelo menos 70% do nosso público é evangélico e somos muito conhecidos entre todas as denominações. O cristão costuma ser fiel a sua comunidade, por isso acabamos tendo a família toda como cliente. A festa de ABC dos filhos, as debutantes e depois a noiva”, observa a jovem empresária Jéssica Pitancó, 22.

A rede paranaense de livraria evangélica Luz e Vida encontrou em Pernambuco seu maior mercado. São oito lojas espalhadas pelo Estado e mais duas serão inauguradas no mês de abril nos shoppings Camará, em Camaragibe, e Patteo, em Olinda. A sede e a editora da empresa ficam em Curitiba, onde a rede mantém duas unidades, além de mais duas lojas em Porto Alegre. 

“Hoje as livrarias precisam oferecer mais do que produtos aos clientes, por isso nossa proposta é oferecer uma experiência. O projeto das novas lojas conta com auditórios para realizar palestras e projetos culturais junto à comunidade”, destaca o gerente geral da livraria no Brasil, pastor Glevison Soares.

A Luz e Vida também é detentora do Smilingüido, a famosa formiguinha que está em dezenas de licenciamentos nos mais variados setores e produtos. Um boneco de pelúcia da turma da formiga é vendido por R$ 89. A primeira loja da empresa, localizada no bairro recifense de Santo Antônio, chega a receber 1,4 mil clientes por dia. O pastor diz que a Bíblia responde por 40% das vendas, explicando que são muito tipos, até com tecnologia de realidade aumentada.